domingo, 9 de novembro de 2008

VALE O QUE ESTÁ ESCRITO

NA CORTE DO IMPERIAL

O escritor e pesquisador Denilson Brandão Monteiro, durante seis anos dedicou-se a recolher material para escrever a vida pungente de um dos maiores agitadores das artes brasileira - Carlos Eduardo Corte Imperial, cuja vida inquieta de cantor, compositor, produtor polivalente (de música, teatro, cinema e televisão), bon vivant e gozador, cafajeste por opção e generoso por natureza – bastasse que não lhes pisassem os calos – marcou a seu modo sua passagem pelo universo das comunicações e entretenimento e com seu estilo uma maneira de resistir aos anos de chumbo. Vingou-se da Redentora, tornando o mais votado vereador do País de todos os tempos e foi um dos responsáveis pela entrega da Passarela do Samba à Cidade Maravilhosa.
Foi o primeiro a utilizar com propriedade o merchandinsing – em substituição aos mecenas dos tempos remotos – abrindo para aos produtores uma oportunidade de captação de recursos, que tem, hoje, importância vital para que as artes continuem enriquecendo o cenário nacional da criação intelectual artística e segmentos.

Fui ouvido por Denilson Monteiro que faz sua estréia como autor e biógrafo com o recém lançado livro "Dez! Nota dez! Eu sou Carlos Imperial". Não sei até que ponto esse bate-papo ajudou o prestigiado pesquisador responsável neste assunto, por "Vale tudo – o som a fúria de Tim Maia", de Nelson Motta, e "Clara Nunes, Guerreira da Utopia", de Wagner Fernandes. Mas a oportunidade de relembrar grandes momentos imperialescos. Enfim, Denilson é do ramo.
Convivi com Carlos Imperial no período mais produtivo de sua carreira: simultaneamente três peças de teatro em cartaz no Rio e outras tantas em São Paulo. Produzia e dirigia cerca de dois filmes por ano, participava de programas de televisão como jurado, dirigia gravadoras e ainda arrumava tempo para lançar novos estilos e artistas novos. Era uma indústria de entretenimento que empregava numerosos artistas e técnicos do setor.
Fez fama como cafajeste mas jamais deixou atrasar o salário de seus empregados.

"Dez" Nota dez! Eu sou Carlos Imperial" ( Matriz Editora, 395 págs. 2008. R$39,90) pode ser encontrado na melhores casas do ramo.

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