sábado, 22 de dezembro de 2007

Viagem ao meio do mundo

Ricardo Fonseca (D), editor da revista BEIJA-FLOR de Nilópolis - uma Escola de Vida, na foto com o fotógrafo romano Augusto Pedoni (E), brindou-me com o convite para conhecer Macapá, capital do Amapá, que completa 250 anos de fundação, justamente no dia 4 de fevereiro, quando a escola nilopolitana estará apresentando o enredo "Macapaba, Equinócio Solar, Viagens Fantásticas ao Meio do Mundo", embalado pelo belíssimo samba de J.Veloso, Gilson Dr, Cláudio Russo e Carlinhos Detran, que lá pelas tantas manda o inspiradíssimo verso "..quem foi meu Deus, que fez do barro poema/e que fez o Criador se orgulhar?" numa homenagem aos ceramistas locais, prováveis precursores da arte marajoara.


Foi uma estadia maravilhosa, na Pousada Ekinox, anexa ao consulado francês, e uma agenda cheia de compromissos oficiais, isto é, cheia de...trabalho, porque o motivo da viagem era fazer reportagens sobre a capital amapaense. E também cheia de compromissos extra-oficiais, que foi o de, unindo o útil ao agradável, passear e curtir a cidade. Inclusive, diga-se de passagem, curtir a festa dos 50 anos dos compositores, músicos e interpretes Joãosinho Gomes e Val Milhomem, que recebiam entre outros - num total de 50 artistas da região e de fora dela - como Sá (sem Guarabira, que perdeu o vôo), Janec Duboc, Sebastião Tapajós, Lulih e Lucinda, Leci Brandão e ...Thiago de Mello, que recitou uma obra-prima da literatura e poesia, o seu "Estatuto do Homem", durante o show em homenagem a J.Gomes e Val, realizado na Fortaleza de São José de Macapá, guardiã do Brasil colonial.


O prefeito João Henrique Pimentel e sua mulher, a deputada federal Lucenira Pimentel, abriram as portas da casa oficial e receberam-nos com fidalguia e hospitalidade. À noite, o prefeito Pimentel - muito cumprimentado pela população, levou o trio para conhecer a orla do maior rio do mundo, o Amazonas. Antes de deixarmos a casa, o prefeito brindou a todos com peça (acrílico sobre tela), pequena, porém expressiva, do artista-plástico Wagner Ribeiro, denominada Lagoa dos Índios.


Quem também recebeu o trio, foi Alberto Pereira Góes, pesquisador, historiador, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae e Secretário Especial de Desenvolvimento Econômico, que está empenhado em fixar um conceito de identificação para o Estado - a Amapalidade, através da sua produção artística, cultural e científica. Ele ressalta as peças de cerâmica amapaense, reconstituídas em pesquisas nos já reconhecidos sítios arquiológicos, como precursoras da cerâmica marajoara. Defende a preservação da selva amazônica, que absorve quase 70% do estado e, especialmente, estimula os investimentos na pesquisa da fauna e flora, que já resultou na vela de Urucuri - repetelente aos mosquitos aedes e anophelles, da dengue e malária, descoberta pelos professores do Instituto dePesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA), que produz diversos outros produtos como os sabonetes (glicerina) de Jucá, Copaíba, Andiroba, etc. cicatrizantes, antiflamatórios e antisépticos; as tinturas de Alho,Gengibre e Gergilim (para tratamento da circulação e hipertensão), Muirapuam (reumatismo), Pariri (anemia), Veronica e Barbatimao (inflamações uterinas), Pata de vaca (controle do diabetes), entre outros.

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